quinta-feira, 23 de novembro de 2017

A Obesidade e Dopamina







Estudos sugerem que pessoas com obesidade apresentam receptores de dopamina reduzidos no organismo.

O polimorfismo vem sendo associado com alterações no número de receptores dopaminérgicos. Isso mostra que indivíduos que apresentam este alelo A1 possuem menores concentrações de receptores de dopamina, e esse quadro tem sido associado com o aumento de fatores de risco para o desencadeamento de certos vícios como alcoolismo, tabagismo, dependência de opioides e cocaína. 

Fato preocupante é que este mesmo alelo (A1) está presente em altas concentrações em pessoas obesas.

Isso nos leva a um achado interessante de que o obeso come em demasia, dentre outras coisas, por possuir um mecanismo de recompensa deficitário (resistência à dopamina ou falta de sensibilidade dos receptores de dopaminérgicos).

Dessa forma, o comportamento de um indivíduo obeso frente à comida apresenta traços semelhantes ao de um drogadicto. No entanto, apesar de existir forte correlação entre a reduzida concentração de receptores de dopamina e a obesidade, a sua baixa concentração não resulta, por si só, em aumento do IMC. O alelo A1 não é o responsável pela obesidade, mas predispõe a um traço de personalidade que dificilmente responde às tentativas de redução do peso.

Pessoas que apresentam esses traços de personalidade são menos motivadas a trabalhar para obter grandes recompensas e perdem a motivação rapidamente quando não veem os resultados imediatos esperados.

Os exercícios físicos vêm se mostrando como um dos principais aliados para a regulação dos receptores dopaminérgicos e o aumento da sensibilidade à dopamina em pessoas com sobrepeso e obesidade. E o melhor de tudo, sem os indesejáveis efeitos colaterais que muitas drogas trazem.

É importante salientar que a prática precisa ser regular e de preferência com variação de estímulos (aeróbios e resistidos) na maioria dos dias da semana.

Metas pequenas, realistas e de curto prazo devem ser estabelecidas para motivar a adesão e o engajamento na fase inicial. Nada de querer implementar regimes altamente restritivos e horas na academia para objetivar a perda de 10kg em 1 mês.

Entender este mecanismo é essencial para o sucesso no tratamento.

Fonte:
Saúde Metabólica

Alexandre de Abreu Valle - Psicologia Clínica
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